O Bittorrent é um protocolo criado com o propósito de disseminar arquivos rapidamente em pequenas redes. Ele utiliza conceitos de p2p (Peer-to-peer = Cliente a cliente) para acelerar este processo, como a fragmentação do arquivo, e implementa alguns novos que são específicos dele. A conexão entre os peers (clientes, independente de serem leechers ou seeders, que serão explicados daqui a pouco) é efetuada através de um site chamado tracker. O tracker é mais do que apenas um site onde pode-se baixar torrents, ele é um verdadeiro sistema de monitoramento do sistema bittorrent. De fato, os dois são coisas distintas, embora seja comum encontrar os dois em um mesmo site, principalmente em redes pequenas. Através de envio de informações do tipo GET/HTTP, o seu cliente de bittorrent (programa que vai fazer a conexão entre você e o tracker para baixar o arquivo) consegue se comunicar com outras pessoas que possuem o arquivo ou, ao menos, parte dele.
As pessoas que estão baixando o arquivo chamam-se leechers (do inglês to leech, sugar), e aqueles que estão apenas compartilhando o arquivo chamam-se seeders (do inglês to seed, semear).
Vale lembrar que, tanto no bittorrent como em qualquer outro protocolo/aplicação p2p, a contribuição individual de cada usuário é importante. É interessante que, após o download, o usuário que tenha baixado um determinado arquivo continue a compartilhá-lo (também chamado de seedar ou semear). O ideal é semear até que o ratio (razão, em latim) chegue a, ao menos, 1. Ou seja, você passou para as outras pessoas a mesma quantidade de bytes que você recebeu. O grande problema de se espalhar arquivos hoje em dia é a banda que a transferência desses arquivos ocupa. Servidores são caros. O grande trunfo do sistema bittorrent é pegar aqueles 10 kB/s de upload que você tem e juntar com outros 10kB/s de dezenas de outros peers para agilizar a transferência.
2.1 - O primeiro passo é baixar um cliente de bittorrent. Existem vários, estando os mais populares listados a seguir:
Neste tutorial, iremos trabalhar com este último: o µTorrent (lê-se microtorrent). Ele é PEQUENO (em torno de 130 kB, contra os megabytes dos outros candidatos!), é rápido, e funciona muito bem. Baixe-o, coloque-o numa pasta que você se lembre depois (eu coloco em Arquivos de Programas, por pura comodidade), e execute-o.
Quando esta tela aparecer, escolha Sim para associar os arquivos .torrent ao µTorrent. Isso facilitará sua vida. Deverá aparecer uma tela como esta:
Por enquanto deixemos o cliente bittorrent de lado para prosseguirmos ao segundo passo.
2.2 - O segundo passo é baixar o arquivo torrent. O arquivo torrent é reconhecido pela sua extensão .torrent (extensão, aquele nome que vem depois do ponto, no nome de arquivo, e identifica o tipo do arquivo). Ele possui as instruções para que o seu cliente de bittorrent conecte-se ao tracker, recebendo a lista de peers como resposta. Com a informações sobre os peers, o cliente bittorrent pode começar a baixar o arquivo.
2.3 - O terceiro passo é executar o arquivo .torrent (clicar duas vezes no arquivo .torrent que você baixou). Atente que aparecerá uma janela como esta, perguntando onde você gostaria de salvar o arquivo.
Depois disso, você voltará a esta tela.
Após a conexão do cliente com o tracker, e do recebimento por parte do tracker da lista de peers, o µTorrent iniciará o processo de recebimento do arquivo (download do arquivo).
Note que as setas azuis indicam download (leeching), enquanto as setas verdes indicam apenas upload (seeding). Você pode conferir estes dados na coluna status. Em down speed e up speed, é mostrada a velocidade da transferência. Lá no final, um número chamado ratio indica a proporção dos bytes que você mandou sobre os que você recebeu. Como exemplo, no torrent de Sadamitsu The Destroyer, eu estou com um ratio de aproximadamente 1,5. Isso quer dizer que eu seedei/upei uma vez e meia o tamanho total do torrent. Já no caso de Bleach 61, eu passei apenas metade do valor total. O ideal é que os torrents fiquem, no mínimo, como o torrent de Bleach 60: ratio 1, ou um pouco maior.
Ao se clicar em um torrent qualquer, o µTorrent fornecerá-lhe informações sobre o torrent.
Eu não vou me deter em TODAS as configurações, e sim explanarei apenas aquelas que acho mais interessantes a serem citadas. Para acessar as opções abaixo, basta procurar na barra de menus do µTorrent por Options e clicar em Preferences..., ou simplesmente aperte control + p.
3.1 - Folder Options: Se você quiser que todos os seus torrents sejam salvos automaticamente numa mesma pasta, marque a caixa de opção Put new downloads in: e coloque o endereço da pasta no primeiro campo de texto. Caso você não fizer isso, o µTorrent perguntará a pasta onde ele deve alocar os arquivos para cada novo torrent.
A caixa de opção Store .torrents file in: faz com que o µTorrent salve todos os arquivos .torrent que ele abrir em uma pasta pré-definida no campo de texto abaixo dessa caixa de opção. É bom para usuários que gostam de guardar essas coisas.
3.2 - Network Options: Coloque um valor de aproximadamente 75% da sua conexão máxima de upload no campo Global maximum upload rate para evitar lags em sua conexão. Geralmente, em torrents grandes, uma taxa de upload muito elevada pode atrapalhar sua taxa de download. Como no Brasil usamos conexões assimétricas, ou seja, velocidade da taxa de download difere da velocidade da taxa de upload, essa tecnologia limita a você usar ou sua taxa máxima de upload ou sua taxa máxima de download. Logo se você utiliza toda a sua taxa de download, não usufruirá de sua total taxa de upload, ainda sim ocasionando lag entre o cliente e o tracker. Enfim, limitem sua taxa de upload para algo entre 75% e 85% de sua taxa total de upload, nunca excendendo ou diminuindo o limite dessa regra.
Ex: Minha taxa máxima de upload é 15,5 Kb/s. Logo, limitarei minha taxa de upload no cliente para 12,4 Kb/s.
Segue abaixo uma lista com os principais termos, usados neste tutorial e no sistema bittorrent, e seus significados.
Bem, aqui finalizo o meu tutorial. Aceito sugestões, críticas e elogios! Bom proveito a todos.